segunda-feira, 5 de setembro de 2011

O Bem que rege a conduta dos homens justos.






Já ouvi dizer do amor exigente, aquele que hoje em dia é o mais adequado na educação dos filhos. Lendo algo a seu respeito concluí ser ele o laço afetivo que estreita as relações entre pais e filhos, irradiado de ambos os lados, mas que de um dos focos dessa relação, obviamente, o amor se manifesta acompanhado de exigências e de cobranças. É aquele amor que, embora sendo insuperável cheio de afagos e carícias, não impede os pais de imporem limites aos filhos e de serem rígidos com estes quanto ao cumprimento das regras de conduta a que devem se submeter em circunstâncias como, por exemplo, de personalidade ainda em formação (crianças e adolescentes).
Do amor exigente pode-se tirar um grande número de bons exemplos, porém, trata-se de um estilo de amar diferente, preso a circunstâncias temporais, por isso mesmo, próprio dos pais em relação aos filhos menores. Existem outros tipos de relacionamento afetivo, uns com mais outros com menos intensidade, dentre eles, o amor não exigente e universal, que merece destaque e nos chama a atenção.
O amor não exigente se manifesta como verdadeiro e profundo sentimento de afeição de uma pessoa para com a outra ou, de modo recíproco, entre duas ou mais pessoas.
Falo daquele predicado puro e verdadeiro, que tem como essência o desejo de proteger, de defender, de amparar e de zelar. Esse, entre outros, é um bem de inestimável valor porque é capaz de tirar o homem de seu rude e sombrio comportamento social - estágio a que foi involuntariamente conduzido em razão de falhas estruturais da própria sociedade, que hoje se apresenta como modelo imperfeito, cheio erros, vícios, mazelas de toda sorte etc., - e transportá-lo pelo caminho da verdade, em direção à perfeição até chegar ao nível daqueles que nos registros bíblicos e na palavra de Santo Agostinho são chamados de justos.
Parece-me que, nos dias atuais, uma única escola existe capaz de promover essa transformação no homem, mais precisamente em seu íntimo, ponto de onde partem os impulsos das ações e omissões do ser humano e, mesmo assim, um exitoso resultado só será atingido se ele estiver disposto a acatar novas regras e a aceitar mudanças em seu modo de ser, de agir e de interagir com o seu semelhante.
A escola a que me refiro é a maçonaria, uma instituição secular (para alguns, milenar), cujos postulados recomendam aos seus iniciados a prática de uma regra bastante simples: “amar ao próximo como a si mesmo”.  
Mandamento idêntico, com as mesmas palavras, também parte do cristianismo com o objetivo de convencer o homem de que a salvação de sua alma estará na dependência das boas ações que vier a praticar. Se não fosse um óbice que embaça essa afirmativa, estaríamos diante de uma instituição com propósitos semelhantes aos da maçonaria.  Mas como eu disse, os tantos escândalos de imoralidade que sacudiram e ainda sacodem as estruturas de muitas religiões, principalmente as da católica (homossexualismo, pedofilia etc.) e o surgimento em grande escala de instituições religiosas com as mais variadas denominações,  acabaram por tornar o que era sério, respeitado casto, puro e inatingível em coisa banal. Mais banalizado ainda se tornou o assunto ”religião” depois que este passou a ser usado com o objetivo principal, claríssimo, de se ganhar dinheiro e de se obter fortunas de modo fácil e prático, mediante falsas promessas e abuso da fé religiosa dos que são levados a crer na honestidade e na sinceridade de quem age ardilosamente usando o nome de Deus.  
Desta feita, não dá mais para se afirmar com segurança se o objetivo primordial do cristianismo continua sendo o do aperfeiçoamento moral e espiritual dos cristãos nem se o preceito “amar ao próximo como a si mesmo”, do qual se valem as religiões em suas pregações, continua verdadeiro ou não. 
Eis o porquê das razões daquilo que afirmo, pois a maçonaria nunca deixou de levar a sério o trabalho que sempre fez. “Amar ao próximo como a si mesmo” é lema que tem para a Ordem Maçônica a mesma importância, a mesma seriedade e o mesmo significado que teve há séculos atrás.
Por isso, é ela, através de seus Templos Maçônicos, a formadora de incontáveis homens de bem, justos e perfeitos, que amam o próximo, amam suas famílias e são devotos à sua Pátria. Não fogem dos seus compromissos, respeitam a lei e a justiça. Acreditam em um Ente Supremo, que é Deus. São fraternos, sinceros e leais. Com todo merecimento, são eles os homens que se dedicam de modo incansável à construção de um mundo cada vez melhor para toda a humanidade, independentemente de cor, sexo, raça, religião, origem etc..
No fardo de responsabilidades que o verdadeiro maçom carrega sobre os ombros está também a bagagem do amor fraterno, que a maçonaria ali colocou, como um dos mais nobres e verdadeiros sentimentos do ser humano.
Esse é o amor que habita o coração e a mente do homem maçom, um sentimento que não se alia ao ciúme, nem a paixões doentias.  Puro e autêntico porque é praticado desinteressadamente, de maneira discreta, sem o intento de alcançar qualquer vantagem pessoal. É nobre porque se realiza de modo espontâneo, sem coação, sem obrigatoriedade e da sua essência faz parte o dever maçônico. É fraterno porque o iniciado na Ordem Maçônica reconhece como verdadeiros irmãos todos os homens (maçons ou não) espalhados pela superfície da terra. Por qualquer um de seus semelhantes o verdadeiro maçom deve ter o mesmo sentimento, o do amor fraternal, que por ser tão puro e verdadeiro, não nasce do íntimo de seu ser, mas das profundezes insondáveis do coração de seu próprio espírito. 


autor Ir.´. ANESTOR PORFÍRIO DA SILVA
Oriente de Hidrolândia
Goiáis

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